Tenho quase 1 ano e 9 meses de casa, mas já vi passar
centenas de hóspedes todos com as suas especificidades de personalidade e
carácter. Com uns é possível dialogar, questionar, conversar, confidenciar e
solicitar a sua paciência muito facilmente… Há outros, que me deixam logo a
tremer dos joelhos mal entram a porta do Hotel. Há caras novas todos os dias e
caras familiares que permanecem dia após dia, somando semanas e meses de
estada.
Lembro-me que o primeiro grupo que registei mandei-o para os
quartos sem estes ainda estarem arrumados. Não deu muita barraca, porque a colega
que me estava a orientar avisou-os a tempo… Depois desse, vieram muitos..
muitos mais! Desde Peregrinos a Motards, famílias inteiras, turistas e pessoas
chiques em grupo. Há depois os hóspedes de empresas que fazem do Hotel a sua
casa, e de nós a sua família. Havia o senhor que ficava sempre no mesmo quarto,
encomendava pizzas para o nosso jantar, fazia trocadilhos com músicas e dava-me
lições importantes. De há um ano para cá, deixou esta família para se juntar à
dele e recuperar o tempo perdido. Há o senhor colega dele que continua a marcar
presença. É uma pessoa sociável também, mas impõe o seu respeito e eu nunca sei
bem como reagir ao pé dele. Gosta de atirar a chave para cima do balcão e de
ler as notícias antes de ir para o quarto. Entretanto começaram a vir outros
novos, como o senhor que é médico, que nunca quer o ticket do multibanco
agrafado à Factura e gosta de iogurtes naturais ao pequeno-almoço. Depois, pelo
menos uma vez por mês, vem também aquele senhor super simpático e divertido que
quando pede uma tosta e um fino me diz que não precisa de ser a correr. Reclama
sempre do preço do fax e eu secretamente lá lhe faço uma atençãozinha por ser
uma pessoa tão acessível. Há também o senhor simpático que é veterinário e que
gosta de comer sopa e uma tosta e beber um chá antes de ir dormir. Adoptou-nos
também como a sua família e a mim cativou-me na primeira tosta que pediu neste
Hotel. Há também aquele senhor que só o consegui fazer sorrir uma vez, mas que
transparece uma tranquilidade e amizade na sua voz. Há depois aquele senhor com
idade para ser meu avô, muito querido e simpático que toma sempre o
pequeno-almoço às 6h da manhã. Existe ainda a menina super querida que gosta de
ficar nos quartos perto da recepção e a senhora que nunca sei quando vai comer
sopa.
Depois há o senhor emigrante que gosta do seu copo de vinho
e de dois dedos de conversa antes de ir para o quarto e o outro emigrante que
me dá pena quando tem que se ir embora. Há ainda o senhor, que não sendo
hóspede, vem sempre cá tomar o café. É uma pessoa culta e informada e gosto
bastante de conversar com ele. Há ainda o grupo que se reúne uma vez por semana
e aquele jovem que depois de mais de meio ano se despediu também de nós. Há
ainda aqueles que vêm poucas vezes, mas que não os deixamos de conhecer e
aquele espanhol que fica sempre contente em me ver por aqui.
Há muitos que vêm e
que vão e outros tantos que ainda hão-de aparecer.
(Este texto está em Desacordo Ortográfico)
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