quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ser Recepcionista...



Hoje é daqueles dias em que tudo acontece… Uma pessoa não pode vir de folga descansadinha, que tem que começar logo com o turbo. Se eu mandasse, colocava aqueles empresários dos colchões e dos artigos para o lar dentro de um saco a socializar. Porque é que têm de vir para os hotéis aborrecer as pessoas que cá trabalham e pior ainda, fazer de nós as suas recepcionistas. Mas o que me parte o coração são as pessoas de idade que vem ao engano, que alugam táxis em busca de prémios prometidos. Eu confesso que sou a primeira pessoa a mandar os “felizes contemplados” para casa, assim que eles me perguntam se vale a pena ir ter com os Srs. Empresários. Só falo se me perguntam ou se fazem aquela cara de quererem saber mais. Tenho pena das pessoas. Só costumo dizer que “ninguém dá nada a ninguém” (e exemplo disso é a história dos amendoins…) Espero que sirva de exemplo.

Apesar de eu ter vindo nestes últimos posts a reclamar muito, assumo com orgulho que sou a recepcionista simpática que recebe os hóspedes com um sorriso, lhes abre a porta e se for preciso ajudo com as malas. Mimo bastante os hóspedes que merecem (aqueles que são parvos e abrutalhados levam com o pior serviço). Eu sou a recepcionista que acende a lareira porque os hóspedes gostam de ver, ofereço um copito ou outro de uma bebida que nunca provaram, ligo o ar condicionado nos quartos para que estejam quentinhos e aos hóspedes que merecem, tiro um bom bocado para promover os locais turísticos, dizer onde se come melhor, o que visitar nas redondezas, como chegar e ainda ofereço mapas. Claro que os que se armam em importantes logo à chegada, só levam com o meu sorriso forçado. Como aquela hóspede habitual que me ficou atravessada, desde que reclamou comigo por lhe dar troco em moedas pequeninas… eu estava a ter uma crise de tosse em plena reclamação e não vi uma pinga de consideração. Desde esse dia, deixei de a tratar pelo nome e de me armar em simpática. Na verdade, até tenho pena… enfim… se me tratasse bem, continuava a oferecer-lhe o iogurte ou o kiwi depois de jantar.
Aprendi uma vez numa aula de inglês que “behavior breeds behavior” e a minha conduta passa exactamente por isso. Muitas vezes, naqueles dias maus em que só quero ir para casa, penso que do outro lado do balcão poderia estar eu, ou alguém da minha família. É na altura em que os hóspedes são melhor servidos por mim e sinto-me realmente gratificada… gostava que noutros locais tivessem a mesma ideologia. No entanto, não abusar da confiança ou da simpatia da recepcionista. Por incrível que possa parecer, somos muitas vezes alvo de tentativas de humilhação e atrevimento… mas isso, são outras histórias.

 
fonte da imagem: roblox.com




(Este texto está em Desacordo Ortográfico)

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