Hoje é daqueles dias em que tudo acontece… Uma pessoa não
pode vir de folga descansadinha, que tem que começar logo com o turbo. Se eu
mandasse, colocava aqueles empresários dos colchões e dos artigos para o lar
dentro de um saco a socializar. Porque é que têm de vir para os hotéis aborrecer
as pessoas que cá trabalham e pior ainda, fazer de nós as suas recepcionistas. Mas
o que me parte o coração são as pessoas de idade que vem ao engano, que alugam
táxis em busca de prémios prometidos. Eu confesso que sou a primeira pessoa a
mandar os “felizes contemplados” para casa, assim que eles me perguntam se vale
a pena ir ter com os Srs. Empresários. Só falo se me perguntam ou se fazem
aquela cara de quererem saber mais. Tenho pena das pessoas. Só costumo dizer
que “ninguém dá nada a ninguém” (e exemplo disso é a história dos amendoins…)
Espero que sirva de exemplo.
Apesar de eu ter vindo nestes últimos posts a reclamar
muito, assumo com orgulho que sou a recepcionista simpática que recebe os
hóspedes com um sorriso, lhes abre a porta e se for preciso ajudo com as malas.
Mimo bastante os hóspedes que merecem (aqueles que são parvos e abrutalhados
levam com o pior serviço). Eu sou a recepcionista que acende a lareira porque
os hóspedes gostam de ver, ofereço um copito ou outro de uma bebida que nunca
provaram, ligo o ar condicionado nos quartos para que estejam quentinhos e aos
hóspedes que merecem, tiro um bom bocado para promover os locais turísticos,
dizer onde se come melhor, o que visitar nas redondezas, como chegar e ainda
ofereço mapas. Claro que os que se armam em importantes logo à chegada, só
levam com o meu sorriso forçado. Como aquela hóspede habitual que me ficou
atravessada, desde que reclamou comigo por lhe dar troco em moedas pequeninas…
eu estava a ter uma crise de tosse em plena reclamação e não vi uma pinga de
consideração. Desde esse dia, deixei de a tratar pelo nome e de me armar em
simpática. Na verdade, até tenho pena… enfim… se me tratasse bem, continuava a
oferecer-lhe o iogurte ou o kiwi depois de jantar.
Aprendi uma vez numa aula de inglês que “behavior breeds
behavior” e a minha conduta passa exactamente por isso. Muitas vezes, naqueles
dias maus em que só quero ir para casa, penso que do outro lado do balcão
poderia estar eu, ou alguém da minha família. É na altura em que os hóspedes
são melhor servidos por mim e sinto-me realmente gratificada… gostava que
noutros locais tivessem a mesma ideologia. No entanto, não abusar da confiança
ou da simpatia da recepcionista. Por incrível que possa parecer, somos muitas
vezes alvo de tentativas de humilhação e atrevimento… mas isso, são outras
histórias.
fonte da imagem: roblox.com
(Este texto está em Desacordo Ortográfico)
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